"Um dia sombrio para a América": Trump pressiona por cortes no financiamento estadual para a mídia

A Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, aprovou o projeto de lei.
(Foto: picture alliance/dpa/AP)
O Congresso dos EUA aprova a exigência do presidente Trump de cortar a ajuda externa e a radiodifusão pública. Pequenas emissoras em áreas rurais são particularmente afetadas pelos cortes bilionários. Os democratas criticam a medida.
O presidente Donald Trump conquistou mais uma vitória no Congresso dos EUA. A Câmara dos Representantes aprovou um projeto de lei que corta bilhões de dólares em ajuda externa e financiamento federal previamente aprovados para emissoras públicas. Trump havia proposto os cortes.
A Câmara dos Representantes, dominada pelos republicanos, teve 216 votos a favor e 213 contra. O projeto de lei já havia sido aprovado pelo Senado na madrugada de quinta-feira (horário local). Agora, Trump precisa sancioná-lo para que entre em vigor.
A lei prevê cortes de gastos de aproximadamente nove bilhões de dólares americanos, aproximadamente 7,7 bilhões de euros, incluindo fundos já prometidos para a Corporação de Radiodifusão Pública (CPB) de 1,1 bilhão de dólares americanos.
A agência é responsável pela distribuição de verbas estaduais para a mídia às emissoras públicas National Public Radio (NPR) e Public Broadcasting Service (PBS) e suas instituições associadas. De acordo com suas próprias informações, a CPB apoia a operação de mais de 1.500 emissoras de rádio e televisão públicas de propriedade e operação local nos Estados Unidos.
Porta-voz de Trump argumenta com "senso fiscal comum"A porta-voz de Trump, Karoline Leavitt, argumentou que o objetivo era restaurar a "sanidade fiscal" do país. Ela alegou que a NPR e a PBS usaram verbas federais durante anos para promover "uma agenda partidária de esquerda". Os democratas, no entanto, alertaram que o corte de verbas poderia atingir particularmente duramente as emissoras locais em áreas rurais e potencialmente destruí-las.
O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, criticou o projeto de lei antes mesmo de ser finalmente aprovado pela Câmara dos Representantes: "Este é um dia sombrio para a América, um dia sombrio para a América rural, um dia sombrio para todos os americanos que dependem da transmissão pública durante enchentes, furacões, tornados e outros desastres."
Embora a NPR afirme que normalmente recebe cerca de 1% de seu financiamento diretamente do governo e um valor um pouco maior indiretamente, as 246 instituições associadas à NPR recebem em média de 8% a 10% de seu financiamento do CPB. Elas operam mais de 1.000 estações de rádio em todo o país.
Senador Cruz espera novos cortesPara a PBS e suas emissoras de televisão, a proporção de financiamento proveniente de verbas federais do CPB é maior: aproximadamente 15%. As emissoras locais, especialmente as de TV, são, portanto, mais dependentes de financiamento federal. As emissoras públicas também dependem de doações e financiamento dos níveis estadual e local, entre outras fontes.
O próprio Trump pressionou seus colegas republicanos a aprovar o projeto de lei na semana passada, em uma publicação em sua plataforma online Truth Social. Ele justificou explicitamente a medida com a necessidade de cortar o financiamento das emissoras públicas: "Qualquer republicano que votar para permitir que essa monstruosidade continue transmitindo não terá meu apoio ou endosso."
O senador republicano Ted Cruz, do Texas, escreveu na Plataforma X que esperava que esta fosse "apenas a primeira rodada de cortes do Doge". Trump espera usar a chamada Comissão Doge para implementar os cortes. Ao mesmo tempo, porém, ele também promoveu o "One Big Beautiful Bill" (Um Grande e Belo Projeto de Lei), que prevê o aumento dos gastos do governo em algumas áreas. Segundo uma estimativa, esse projeto de lei aumentará o déficit orçamentário dos EUA em cerca de US$ 3,3 trilhões nos próximos dez anos.
Fonte: ntv.de, jpe/dpa
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